Apesar
da crise econômica e política que atinge o País, os números mostram que 2017
foi um ano de muito bons negócios para a Bahia. Foram implantados 78
empreendimentos que assinaram protocolos de intenções com o Governo do Estado,
14 a mais que em 2016, com um total de R$ 4,2 bilhões em investimentos, um
crescimento de 27% em relação ao ano anterior. Foram assinados 92 protocolos de
intenções, com previsão de investimentos de R$ 3,9 bilhões e criação de 11.670
novos empregos. Para 2018, estão previstos a implantação de 170 empreendimentos
com investimentos de R$ 10 bilhões e a geração de 15 mil novos empregos.
O segmento de Eletricidade e Gás foi o responsável por 88% dos investimentos
com a inauguração de 28 parques de energia eólica e solar com um total de R$
3,7 bilhões. No próximo ano, estão previstos a implantação de mais 47 parques,
uma soma total de R$ 5,4 bilhões, sendo 39 parques de energia eólica, com
previsão de R$ 4,5 bilhões e 8 de solar, R$ 870 milhões.
Já o segmento de calçados, couros e componentes é o maior gerador de postos de
trabalho e foi responsável pela criação de 1.460 empregos. A consolidação do
setor calçadista foi um dos grandes destaques de 2017, que fechou o ano com
chave de ouro com a inauguração da Ferracini, na última segunda-feira (18/12),
em Amargosa e a criação de 300 empregos. O setor promete ainda a criação de
2.240 vagas de empregos para 2018.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, destacou o avanço
significativo na questão das energias renováveis. O encaminhamento de soluções
para o problema das linhas de transmissão e a renovação de incentivos no âmbito
federal para equipamentos de energia foram duas grandes conquistas. Além da
retomada dos leilões de energia, que garantem a manutenção do parque industrial
baiano. Este ano foram realizados dois certames nos últimos dias 18 (A-4) e 20
(A-6) de dezembro, já para 2018, a data anunciada é 04 de abril.
No leilão A-4 predominou a contratação de empreendimentos de energia solar
fotovoltaica sendo comercializadas 20 usinas de energia solar (UES) totalizando
574 MW. Destas, 4 projetos (112 MW) estão na Bahia. Já o leilão A-6 contratou
63 novos empreendimentos de geração de energia, representando 3.841 MW potência
cujos investimentos estão estimados em R$ 13,9 bilhões. Destes 63 projetos, 49
são empreendimentos de energia eólica que serão construído em Estados do
Nordeste sendo 4 (108 MW) na Bahia.
"Em 2017, tivemos a alegria de inaugurar os dois primeiros complexos
solares no Estado, um no município de Bom Jesus da Lapa e outro em Tabocas do
Brejo Velho. Vários parques eólicos também entraram em funcionamento, em
especial no semiárido baiano e isso gera emprego e renda na região mais pobre
do Estado. A construção e inauguração desses parques são importantes para gerar
novos empregos e atividades econômicas. Lembrando que no meio do ano, houveram
semanas que a energia eólica foi responsável por mais de 50% do fornecimento de
energia para a região Nordeste e isso é fruto do trabalho da equipe da
SDE", afirma Wagner.
Promoção e investimento
O setor de Óleo e Gás teve uma evolução significativa desde a criação do
Programa Reate – Programa de Revitalização das Atividades de Exploração e
Produção de Petróleo e Gás em Áreas Terrestres, do Ministério de Minas e
Energia, e lançado no estado no início do ano. Segundo o superintendente de
Promoção do Investimento, Paulo Guimarães, hoje existe uma estrutura dentro da
Agência Nacional de Petróleo (ANP) para dar suporte a área de campos maduros.
Em setembro, na 14ª rodada da agência, as áreas leiloadas no Estado foram todas
arrematadas por empresas de pequeno e médio portes. O índice de sucesso da
Bahia ficou entre 26 e 27%, bem superior ao nível nacional, que não chegou a
atingir 15%.
"Este é um movimento que tem tudo para se consolidar. Temos uma discussão
e um avanço na questão do gás natural. Temos o investimento da Total em
parceria com a Petrobras no Terminal de Regaseificação e nas termelétricas, o
que deve trazer no médio prazo um avanço para Bahia nesse setor. Destaco ainda
dois projetos significativos, o de ampliação da Bridgestone, em Camaçari e a
ampliação e projeto de flexibilização de um dos fornos da Braskem que envolveu
mais de R$ 300 milhões de investimentos e torna a empresa mais competitiva no
setor de Petroquímica, já que além da nafta, será possível utilizar gás etano
como matéria prima para produção do polietileno", afirma Guimarães.
O superintendente destacou ainda na área química, as ampliações da Proquigel,
em Candeias e da Estireno, em Camaçari, onde também acontece a implantação da
Flopan. "Não posso deixar de citar o movimento que o Governo do Estado tem
feito no sentido de melhorar sua infraestrutura tanto na capital quanto no
interior, com melhoria de rodovias e inauguração de policlínicas que vão criando
melhores condições para Bahia receber investimentos. Tudo isso acaba sendo
resultado importante porque nosso trabalho é tanto de atrair investimento
quanto articular para que o ambiente de negócios seja cada vez melhor",
finaliza.
Expansão do grupo O Boticário
O grupo O Boticário investirá cerca de R$100 milhões na fábrica de Camaçari, a
40 quilômetros de Salvador. Um novo prédio sustentável será construído para
abrigar a administração e abrir espaço para a expansão de novos produtos da
marca. O grupo vai dobrar a produção de cremes e contratar mais 70
funcionários. O anúncio foi feito hoje, 20/12, ao secretário de Desenvolvimento
Econômico, Jaques Wagner, durante uma visita às instalações. “Os empresários
estão satisfeitos com a Bahia. Aqui temos mão de obra qualificada e ambiente
estável para negócios, por isso temos visto uma série de expansões no Estado.
Nessa semana inauguramos a Ferracini calçados masculino, e ontem, anunciamos a
ampliação da fábrica de pneus para motos Vipal Borrachas”, comemorou Wagner.
O grupo que possui as marcas O Boticário, Eudora, The Beauty Box, Quem disse
Berenice e Multi B passará a produzir novos produtos. “Do início do ano até
agora, a fábrica baiana produziu 88 milhões de peças e inovou com a produção de
8 milhões de estojos, antes feita somente no Paraná. Creio que até o final do
ano chegaremos aos 100 milhões de peças.”, explicou Leandro Balena, gerente
industrial da marca.
Desde 2014, a fábrica caminha num ritmo acelerado e manteve o crescimento mesmo
em época de instabilidade econômica dobrando produção e contratando mão de
obra. “A unidade Camaçari possui 850 funcionários fixos e ao final do ano
contrata-se mais 150 temporários. Com o Centro de Distribuição em São Gonçalo
dos Campos são quase 1200 empregados”, completa Balena.
As alunas do antigo curso de capacitação do Ifba, da Região Metropolitana de
Salvador, comemoraram uma notícia. A partir de fevereiro de 2018, os cursos
deixam de ser de capacitação apenas, e passam a ser cursos técnicos, com 160
vagas. “Estou muito feliz porque participei do Programa Mulheres Mil, e hoje
sou design de sobrancelhas, depois de ter ficado um ano e meio desempregada da
indústria”, disse a aluna Graziele Portela.
PDI Bahia 2035
O Plano de Desenvolvimento Integrado da Bahia (PDI Bahia 2035), que visa
inserir de maneira dinâmica e proativa a sócio economia baiana na nova economia
global e nacional que se desenha para os próximos anos, é o primeiro projeto
efetivo de planejamento econômico baiano para os próximos 20 anos desde Rômulo
Almeida, há aproximadamente 50 anos.
Segundo a superintendente de Estudos e Políticas Públicas, Maria Lúcia Falcón,
ambicionando transformações sociais e econômicas mais expressivas, o Governo do
Estado está construindo sua estratégia de longo prazo que deve conferir ênfase
ao desenvolvimento humano, à produtividade, à sustentabilidade e a
competitividade, com foco na redução das desigualdades e inclusão sócio
produtiva.
"Numa economia global cada vez mais interdependente e complexa, na qual
novas tecnologias de produção e de organização da produção já mostram que
produtividade sistêmica e características específicas dos mercados são os
principais determinantes dos investimentos, enquanto a arbitragem de custos de
produção e incentivos fiscais perdem importância, conhecimento, capacidade de
aprendizagem e interação estão se tornando as variáveis fundamentais da criação
de valor e para atração de novos investimentos. Assim, o aumento da
competitividade da economia baiana vai requerer reformas que aumentem a
densidade empresarial, encorajem a realocação dos recursos de atividades de
mais baixa para atividades de mais alta produtividade e promovam a melhoria do
ambiente de negócios e a diversificação produtiva", afirma Falcón.
A metodologia desta fase inicial do trabalho envolve duas etapas: a primeira
consiste de uma discussão articulada com a sociedade nos territórios para
capturar as contribuições e comunicar claramente os objetivos do PDI Bahia
2035; a segunda está voltada para o aumento do conteúdo técnico do plano, que
consiste na realização de um ciclo de debates com diversos especialistas sobre
temas estratégicos e suas perspectivas para o futuro, bem como modelos de
desenvolvimento.
Dados adicionais
Energia Eólica
Atualmente há 237 projetos, sendo 182 do mercado regulado (leilões). Dos quais
82 estão em operação (2.137MW), 58 projetos em construção (1.355MW) e 42
(932MW) terão a construção finalizada até 2019 respeitando a data de entrega da
energia a ser gerada. De mercado livre, são 55 projetos dos quais 8 em operação
(96kW), 25 estão em construção (486MW) e 22 (400MW) com construção prevista de
acordo com os contratos bilaterais.
São 23 municípios baianos beneficiados, principalmente na região do semiárido
do estado, onde se concentra o melhor potencial eólico, e proporcionando a
interiorização do desenvolvimento. Os três municípios com mais projetos estão
no sudoeste baiano: Sento Sé, com 45 projetos e 1067MW; Caetité, com 38
projetos e 810MW; e Igaporã, com 32 projetos e 550MW.
A cadeia produtiva consolidada gera mais de 3.000 empregos nas unidades
industriais dos principais fabricantes de equipamentos do setor: aerogeradores
(GE/Alstom, Nordex/Acciona e Gamesa), pás (Teccis) e torres (Torres Eólicas do
Nordeste, Torrebrás e Wobben).
Energia Solar Fotovoltaica
Dos 34 projetos baianos, nove estão em operação (206 MW), 10 em construção (259
MW) e 8 (224 MW) terão a construção finalizada até 2018, respeitando a data de
entrega da energia a ser gerada, com investimento total de R$ 3,2 bilhões.
Oito municípios são beneficiados com os projetos, principalmente na região do
semiárido, Tabocas do Brejo Velho, com 10 projetos (273 MW), Bom Jesus da Lapa
com oito projetos (219MW) e Caetité com sete projetos (190MW).
A Bahia possui grande potencial para geração distribuída (microgeração, até 75
kW, e minigeração, até 5 MW). Existem no estado 385 empreendimentos de micro e
mini geração distribuída, totalizando 3,92 MW e 456 unidades consumidoras que
recebem os créditos dos projetos, conforme dados da Aneel, de Dezembro/2017.
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