Durante
a operação da
Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (18), policiais
apreenderam R$ 600 mil em espécie em uma empresa ligada ao grupo A3
Entretenimento, investigado por supostas fraudes no Imposto de Renda.
A
PF realizou a operação “For All” para investigar fraudes supostamente cometidas
pela empresa, que administra a banda Aviões do Forró, entre outras. De acordo
com a delegada da Polícia Federal Doralúcia Oliveira foram bloqueados também
163 imóveis de todos os investigados e 38 veículos de pessoas jurídicas e 31 de
pessoas físicas.
“Hoje
mesmo tivemos uma apreensão bem expressiva algo em torno de R$ 600 mil em
dinheiro. Nessa decisão que foi prolatada pelo juiz da 11ª Vara Federal do
Ceará já foram bloqueados também 163 bens imóveis dos investigados físicas e
jurídicas, além dos bens móveis. Muitos veículos. Trinta e oito veículos
de pessoas jurídicas e 31 de pessoas físicas. E o dinheiro como falei que foi
apreendido”, disse a delegada.
As fraudes no
Imposto de Renda investigadas pela Polícia Federal (PF) e Receita em um dos
maiores grupos empresariais de forró do país podem chegar a R$ 500 milhões,
segundo divulgou a PF em coletiva nesta terça-feira (18). Pelo menos quatro
bandas administradas pela A3 Entretenimento são investigadas, entre elas, a
Aviões do Forró. Segundo a PF, as bandas declaravam apenas 20% do que ganhavam.
Aviões
do Forró
Ao G1, por e-mail, a
banda Aviões do Forró informou “que está à disposição da Polícia Federal e da
Justiça e que colaborará com todos os questionamentos em relação à operação”.
Os vocalistas Xand e Solange Almeida prestaram esclarecimentos na sede da PF,
em Fortaleza. Os empresários Isaías Duarte e Carlos Aristides, do grupo A3
Entretenimento, também foram levados para prestar informações na PF.
A
banda Aviões do Forró informou que a agenda de shows do
grupo segue inalterada. Solange Almeixa e Xand viajam nesta terça-feira para
fazer um show na cidade de Floriano, no estado do Piauí. Na quarta-feira (19) a
banda retorna ao Ceará, onde faz show no
município de Mangabeira, cerca de 340 km de Fortaleza.
A
operação
A delegada PF Doralucia Oliveira explicou que “causou estranheza” quando foram
analisados os valores médios dos cachês das bandas, a quantidade de shows realizados
e divulgados em agenda pela internet, e os valores declarados ao Imposto de
Renda. As investigações são relativas aos anos de 2012 e 2014. “Os contratos
eram feitos com 20% do valor efetivo, e o resto circulava por fora com valor em
espécie”, informou. Somente com relação as bandas, a sonegação seria em torno
de R$ 121 milhões.
O
nome da operação faz referência a expressão inglesa “for all” que significa
“para todos”. Há notícias de que no início do século XX, engenheiros
britânicos instalados em Pernambuco para construir uma ferrovia promoviam
bailes abertos ao público, “para todos”. O termo passou a ser pronunciado
“forró”.
Foram
cumpridos 32 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é levada a depor
e depois é liberada), sendo 26 de pessoas jurídicas e 6 de pessoas físicas.
A
Polícia Federal disse ainda que vai abrir “ampla fiscalização em pessoas
físicas e jurídicas para, a partir daí, materializar os valores que compõem a
sonegação”. Há apenas um mandado sendo cumprido na Paraíba; os demais são no
Ceará. Os mandados estão sendo cumpridos por cerca de 260 policiais federais e
35 auditores em Fortaleza, Russas e Sousa (PB). Segundo a delegadada PF, uma
das pessoas investigadas na operação teria domicílio na cidade paraibana.
A
Polícia Federal, em ação conjunta com a Receita Federal, deflagrou a operação
“For All” contra fraudes no Imposto de Renda supostamente cometidas pelo grupo
empresarial A3, atuante no ramo do entretenimento e responsável por famosas
bandas de forró.
A
Justiça Federal decretou o bloqueio de imóveis e a apreensão de veículos
pertencentes a pessoas ligadas ao grupo, inclusive dos vocalistas da banda Xand
e Solange.
Há
indícios de que os integrantes da organização forneciam dados falsos ou omitiam
dados nas suas declarações de Imposto de Renda pessoa física e jurídica, para
eximir-se da cobrança de tributos. Associação criminosa, lavagem de dinheiro,
crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica são os crimes
investigados.
Segundo
a PF, o grupo adquiria bens, como veículos e imóveis, sem declarar ao Fisco.
Foram encontradas divergências sobre valores pagos a título de distribuição de
lucros e dividendos, movimentações bancárias incompatíveis com os rendimentos
declarados, pagamentos elevados em espécie, além das diversas variações
patrimoniais a descoberto.
No
decorrer da investigação, foram identificados indícios de lavagem de capitais,
falsidade ideológica e associação criminosa.
“As
medidas judiciais cumpridas hoje pela Polícia Federal têm por finalidade buscar
a responsabilização das pessoas físicas e jurídicas ligadas ao grupo
empresarial e possibilitar que Receita Federal se municie de elementos
suficientes permitindo uma real avaliação dos possíveis tributos sonegados”,
informou a PF.
A Receita Federal divulgou que as investigações inciaram
em 2012 e foram aprofundadas a partir de 2014, com a parceria da Polícia Federal e do Ministério Público. Do G1 CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário