Tidos por muitos como verdadeiros anjos da guarda, integrantes do
Grupamento Aéreo Militar da Bahia (Graer) têm salvado vidas há mais de uma
década, nos quatro cantos do território baiano. Os 12 anos de existência foram
completados em janeiro, junto com a marca de 533 vidas preservadas em operações
realizadas em parceria com outras entidades da administração estadual ligadas à
proteção e ao socorro da população.
‘O céu é nosso’ é o lema do Graer que, mesmo com toda a experiência e
casos exitosos reunidos ao longo da história, está sempre buscando evoluir e
estar preparado para adversidades. O comandante da unidade, tenente-coronel
Renato Lima, destaca que “o desafio não para. Houve o começo e a conquista da
credibilidade, que tem que ser mantida. Há uma preocupação contínua em manter
um serviço de qualidade, com segurança, produtivo e que permita que a população
veja que está revertido para o seu bem, socorro e proteção”.
O Graer realiza ações de inteligência, transporte, resgate aeromédico,
busca, salvamento aquático e em altura, bem como outros procedimentos de alta
complexidade. São exemplos o transporte de órgãos, apoio no combate a incêndios
e até auxílio em situações envolvendo o tráfico de drogas, como a localização
de plantações de maconha.
Sediada no Aeroporto Internacional de Salvador, a unidade possui uma
frota composta por sete aeronaves, batizadas de guardiões: três aviões e quatro
helicópteros. São 59 policiais formando o efetivo, sendo 19 pilotos, 12 tripulantes,
sete mecânicos de transportes aéreos e 21 operadores de apoio de solo.
Comandante desde 2015, o tenente-coronel Renato Lima presenciou o
nascimento do grupamento e foi o primeiro comandante de aeronave da história da
unidade. “Nós vamos para situações em que fazemos a diferença e muitas foram
elas desde o surgimento do Graer. Uma delas envolveu uma parturiente que entrou
em trabalho de parto prematuro em pleno congestionamento, na Avenida Paralela.
Descemos a aeronave na pista, embarcamos essa mulher e levamos para o hospital.
O médico nos informou que, pelo fato de ser o terceiro filho e uma cesárea, ela
teria sérias complicações se não chegasse em no máximo 40 minutos”, relembra o
comandante.
Integração
O grupamento atua no conceito de multimissão, no qual uma aeronave e a
respectiva tripulação está equipada e treinada para atuar, de pronto, em uma
gama de ocorrências, como resgate de afogados, rebeliões prisionais, transporte
de feridos, sequestros e roubo a bancos. Entre os itens embarcados nas
aeronaves estão macas, armamentos, roupas de mergulho, cestas de resgate e
cordas de rapel.
Um exemplo da atuação do Graer, em parceria com outra unidade, ocorreu
há menos de um mês. Foi o transporte de Santo Antônio de Jesus a Salvador,
solicitado pela Central Estadual de Regulação de Transplantes, de córneas,
fígado, coração e rins. A distância de 190 quilômetros foi vencida em apenas 30
minutos por um dos guardiões da unidade - em detrimento às três horas que
seriam feitas de carro - o que resultou em sobrevida para quatro pessoas, que
aguardavam pelos órgãos em diferentes hospitais.
“Tivemos o caso de uma senhora de meia-idade, que teve morte encefálica
no Hospital Regional de Santo Antônio de Jesus e a família dela optou por doar
os órgãos, que beneficiaram pacientes que estavam aguardando na fila de
transplantes. Isso somente foi possível com a ajuda do Graer, que fez o
transporte tanto da equipe captadora como o retorno desses órgãos, o que
viabilizou o aproveitamento com melhor tempo de isquemia e melhor qualidade do
transplante”, assegura a coordenadora da Central, Carolina Sodré.
Além das vidas salvas, o grupamento contabiliza 15 mil horas de voo.
Reconhecida nacionalmente, a atuação do Graer perpassa ainda pela capacitação e
acordos de cooperação técnica, bem como pelo treinamento para uso de drones,
dispositivo que passou a integrar variadas operações estratégicas do
grupamento.
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