Uma
vendedora autônoma acusa um médico e uma enfermeira de ter maltratado sua filha
de 14 anos durante o parto da jovem na maternidade de Juazeiro (BA). A mãe
conta que, por causa da situação, a filha contraiu uma infecção e precisou ser
internada depois do parto.
Alessandra
Pereira diz que a filha foi para a maternidade no dia 19 de setembro para ter o
primeiro filho. “Quando chegou no centro cirúrgico, ela [a filha] estava
deitada e já sem forças, fraca. Disse que a enfermeira empurrou a barriga dela
para tirar o bebê e o médico, que não sei o nome, puxou, colocou as mãos dentro
dela cinco vezes. A gente fica sem entender porque ele fez tudo isso”, reclama.
O
bebê nasceu saudável, mas a mãe da jovem conta que no dia seguinte ao parto a
filha começou a se queixar de dores. “A gente esperava que eles dessem uma
medicação para amenizar o caso dela, mas não deram. Depois, ela apresentou essa
infecção e ficou sangrando, com mau cheiro e eles liberaram, deram alta para
ela ir para casa”, conta.
A
situação da jovem após a alta médica piorou e, uma semana depois, a adolescente
teve de ser levada de volta para a maternidade, onde permanece internada.
Segundo a mãe, ela apresenta sinais de infecção. “Estava sofrendo. Chorava
muito. Minha filha estava num estado que, se a gente não levasse, ela iria
morrer em casa. Eu só quero a saúde de minha filha, só isso. O que a minha
filha passou é triste. Eu não desejaria para ninguém”, diz Alessandra.
A
Secretaria de Saúde de Juazeiro informou que já abriu uma sindicância para
apurar possíveis irregularidades no atendimento da adolescente.
“Estamos
averiguando essa situação. Inclusive, assim que tomei conhecimento, pedi à
equipe para fazer toda uma análise de toda a assistência que ela está recebendo
agora e da recebeu inicialmente para a gente poder averiguar com rigor essa
situação. Ela está internada, está recebendo os cuidados e a gente continua
investigando para poder apurar. Os responsáveis serão devidamente
responsabilizados diante de cada situação”, disse a superintendente de atenção
especializada, Cilene Duarte.
Denúncias
Em
agosto, a maternidade enfrentou uma série de denúncias envolvendo falta de
acolhimento humanizado, maus-tratos e negligência. Um inquérito civil foi
aberto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) para investigar as denúncias.
Uma das situações envolveu o promotor de vendas Herlon Muzatier, que acusou a
maternidade de negligência, após a filha que ele a esposa estavam esperando
morrer horas depois do parto, no ultimo dia 20 de agosto.
Depois
que Herlon denunciou a morte da filha recém-nascida, surgiram outras denúncias
contra o atendimento prestado a mulheres em trabalho de parto na maternidade
municipal. Uma delas foi da dona de casa Andressa Fernandes.
Andressa
Fernandes, que também teve filho no local dias antes, relatou ter sido
abandonada no corredor da unidade de saúde e se juntou a Herlon para processar
o hospital. O segundo filho dela nasceu no dia 28 de julho na maternidade, mas
ela disse que não foi do jeito que esperava. Conta que teve a criança no
corredor da unidade médica por falta de atendimento. (G1-BA).
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