A capoeira e a música têm mudado a realidade de 40
internos do Conjunto Penal de Lauro de Freitas (CPLF), na Região Metropolitana
de Salvador (RMS). As atividades foram idealizadas pela equipe de Pedagogia e
Psicologia da unidade, com objetivo de criar oportunidades de cultura e lazer
como ferramentas de ressocialização, diminuindo o tempo ocioso e melhorando o
comportamento dos detentos.
“São atividades que desenvolvem a relação dos
internos com nossos funcionários da área psicossocial, ajudando no processo de
recuperação e criando possibilidades de mudança de vida para quando concluírem
suas penas. Alguns que hoje estão aqui privados de liberdade foram, em outro
momento, mestres de capoeira, músicos e tantas outras coisas, e a gente tenta
aproveitar esses conhecimentos para que eles possam ser agentes multiplicadores
e passar o que sabem adiante”, afirma o diretor do CPLF, Arquimedes Benício.
Para a psicóloga Carolina Moitinho, a aproximação
com a cultura, esporte e lazer são estratégias poderosas no processo de
ressocialização. “São formas de entender melhor o processo de cada um e de
buscar a identidade que eles perdem depois do encarceramento. Além disso,
ajudam bastante no alívio da ansiedade e depressão e auxiliam no
desenvolvimento de objetivos de vida”, explica.
Entre os detentos, A.B. espera poder trabalhar com
a capoeira quando estiver em liberdade. “Aqui dentro, a capoeira é uma forma de
manter a mente ativa e o corpo saudável, mas quero manter o foco nisso e,
quando eu cumprir o meu tempo aqui, poder fazer uma renda como instrutor e dar
um novo inicio em minha história”.
A iniciativa integra o conjunto de ações que a
Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) desenvolve
com o entendimento de que a custódia penitenciária é um processo dinâmico,
formado por pessoas que estão cumprindo penas que lhes foram atribuídas, mas
não isenta o Estado de garantir seus direitos.
Fotos: Elói Corrêa/GOVBA
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