Da
preocupação com o descarte responsável da produção de mel, surgiu em Barra do
Choça, no Centro-Sul baiano, o álcool etilíco e a aguardente de mel. Realizada
por meio de um financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da
Bahia (Fapesb), entre 2011 e 2014, voltada para projetos de pesquisas
inovadores de empresas privadas, a pesquisa foi realizada pelo apicultor Luiz
Jordans, da Apis Jordans, produtora de extrato de própolis que, atualmente, se
prepara para comercializar a bebida.
“O
extrato de própolis usa como diluente um álcool de cereais, então veio a ideia
de produzir o próprio álcool e que ele servisse como nosso próprio solvente. Na
execução do projeto, veio a separação: uma parte da destilação sai realmente
com teor de álcool e uma parte saiu como aguardente. A pesquisa teve um
resultado desdobrado, nós queríamos um produto e conseguimos dois”, explica Jordans.
“Nós fazemos uma comercialização de forma artesanal. Estamos fazendo a parte
final de desmembramento de uma parte da nossa instalação física, separando da
parte de inspeção federal e adequando para entrar no setor de bebidas do
próprio Ministério da Agricultura”, complementa.
Coordenador
da Diretoria de Inovação da Fapesb, Alzir Mahl conta que esta linha de
financiamento existe desde 2007. “A ideia é que, ao financiarmos esses
projetos, as empresas melhorem a sua produtividade e competitividade, ou seja,
tenham uma melhoria de sua receita e com isso o estado também saia ganhando com
o desenvolvimento socioeconômico. Sempre incentivamos também a geração de novos
empregos, produtos, processos ou serviços e com isso há um ciclo de ganhos para
o empreendedor, o Governo do Estado e toda a Bahia”, contou Mahl.
Terceiro
produto
O
descarte do mel deu origem ao álcool e a aguardente, mas ainda houve um
descarte dessa produção que continuou incomodando Jordans. Um terceiro produto
surgiu da perda: o etanol. “Esse último descarte é um destilado contaminado com
metais pesados, metanol. Ele serviu como combustível. Então, todo o descarte
está sendo utilizado”, disse Jordans que consegue abastecer um dos veículos da
empresa com este produto, resultando em uma produção de mel 100% limpa.
“Financeiramente não é rentável, mas nós não descartamos nada no meio ambiente.
Para mim, teve um efeito muito satisfatório do ponto de vista ambiental, mais
do que econômico”, finaliza.
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