O Ministério
Público Federal (MPF) apresentou à Justiça 28 denúncias contra 72 ex-deputados
por envolvimento na chamada "farra das passagens aéreas", como ficou
conhecido o escândalo de viagens irregulares compradas com verba parlamentar.
As denúncias são pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público).
Veja aqui a lista completa dos políticos denunciados.
A
"farra das passagens" foi revelada pelo
site Congresso em Foco em 2009. Na época, o site relatou que políticos usaram a
cota parlamentar de viagens para emitir bilhetes para amigos e parentes, em
alguns casos até com destinos internacionais.
Depois
que o caso se tornou público, o então presidente da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), anunciou
mudanças no uso das passagens, restringindo viagens
internacionais e limitando o benefício a parlamentares e assessores.
As
denúncias do MPF se referem a casos investigados entre 2007 e 2009. As
acusações foram enviadas para a Justiça Federal do DF, que agora vai analisar
se abre processo contra os ex-deputados.
O
MPF considera que os 72 ex-parlamentares investigados compraram 13.877 bilhetes
no esquema irregular e gastaram R$ 8,3 milhões.
Entre
os denunciados estão políticos conhecidos, como o ex-ministro e ex-presidente
do PT Ricardo Berzoini, o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo
(PCdoB), o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT), o ex-presidente do PR
Valdemar Costa Neto, e a secretária da mulher do governo Temer, Fátima Pelaes.
O G1 entrou em
contato com a assessoria de Fátima Pelaes e aguardava resposta até a última
atualização desta reportagem. O G1 busca
contato com Berzoini, Aldo, João Paulo Cunha e Costa Neto.
Investigação
de políticos com foro privilegiado
No
final de julho, a Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou que
vai apurar se há indícios do envolvimento de 199 políticos com foro
privilegiado no Supremo Tribunal Federal com a "farra das passagens".
Os políticos com foro são aqueles que atualmente possuem mandato parlamentar,
ou são ministros do governo ou do Tribunal de Contas da União.
Na
avaliação do procurador-geral, Rodrigo Janot, ainda não há indícios suficientes
de atos ilegais dos 199 políticos. Por isso, de acordo com o procurador, é
"razoável uma apuração inicial no âmbito do Ministério Público".G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário