O
problema da falta de insulina, substância importante para controlar a glicose
no sangue de pessoas com diabetes, para pacientes no Brasil fez com que a Bahia
assumisse o compromisso de abastecer 50% da demanda do Sistema Único de Saúde
(SUS) pelo medicamento. O território baiano vai passar a contar com a única
fábrica de insulina do Nordeste e uma das poucas do mundo. Com investimento de
R$ 250 milhões, a unidade terá capacidade de produzir 25 milhões de frascos por
ano, 10 milhões a mais do que a quantidade produzida na Ucrânia.
“É
bom para a saúde dos brasileiros, para a economia brasileira. O Ministério da
Saúde passa a fazer a aquisição por um preço muito melhor, facilitando o acesso
aos medicamentos por milhares de pessoas que necessitam da insulina para levar
uma vida normal. Sem dúvida, é um passo importante para a saúde pública do
Brasil”, ressalta o governador Rui Costa, durante a primeira agenda oficial da
sua terceira missão internacional.
A
expectativa é que já em novembro, o governo baiano, através da Bahiafarma, comece
a entregar para o Ministério da Saúde a insulina comprada pronta da empresa
ucraniana Indar, com quem o governo estadual firmou compromisso de
transferência tecnológica e implantação de uma fábrica nas proximidades do
Centro Industrial de Aratu.
“É
uma parceria para a gente começar a produzir insulina no território baiano. A
gente começa importando, e depois terá a transferência de tecnologia. É mais
emprego, inovação e desenvolvimento”, afirma o secretário de Desenvolvimento
Econômico do Estado, Jaques Wagner.
O
projeto de produção de insulina da Bahiafarma foi aprovado pelo Ministério da
Saúde em agosto deste ano, por meio da Portaria 1.993, publicada no Diário
Oficial da União. Com a publicação, o laboratório público do Estado da Bahia
passou a estar apto a fornecer o medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
“A
insulina determina uma cadeia tecnológica importante que pode ser usada pela
população. É algo marcante para o nordeste brasileiro e para a Bahia, pois é a
primeira vez que vamos produzir imunobiológicos desta natureza”, destaca o
presidente da Bahiafarma, Ronaldo Dias.
De
acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), o Brasil é o quarto país
com maior prevalência da doença, que mata uma pessoa a cada 13 segundos no
mundo. Somente no Brasil, os portadores de diabetes Tipo 1, dependentes
regulares de insulina, representam um total de 600 mil pessoas. Na Bahia o
número também assusta, com o registro de 204 mil baianos com a doença, sendo
13,3 mil apenas em Salvador.
Embora
não tenha cura, o diabetes, doença caracterizada pela elevação de glicose no
sangue, pode ser controlado. Com sede em Salvador, e com capilaridade em todo o
estado, o Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Bahia (Cedeba)
atende cerca de mil pacientes todos os dias, com uma equipe multidisciplinar
que faz o acompanhamento da doença.
O
centro atende pacientes referenciados pela rede de atenção básica para
tratamento especializado. “Atendemos pacientes encaminhados por outras unidades
de saúde, com complicações provenientes do diabetes. Ele faz a consulta com o
endocrinologista e pode ser encaminhado para um oftalmologista, cardiologias,
angiologista, entre outros profissionais”, explica a endocrinologista, Flávia
Rezedá, coordenadora técnica do Cedeba.
O
diabetes é uma doença crônica, cujo distúrbio do aumento de glicose no sangue
acontece porque o pâncreas não é capaz de produzir a insulina em quantidade
suficiente para suprir as necessidades do organismo. A insulina promove a
redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no sangue possa
penetrar nas células, para ser utilizado como fonte de energia. Quando isso não
acontece, o paciente passa a ter uma cicatrização lenta, desenvolver problemas
como a perda da visão, audição, coração, rins, além de correr risco de óbito.
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