As fanfarras das escolas estaduais conferiram um
brilho especial ao Desfile do Dois de Julho, em Salvador e no interior do
Estado. Ao todo, mais de 2.600 estudantes participaram do cortejo cívico, na
capital baiana, em comemoração aos 195 anos de Independência da Bahia. Os
alunos desfilaram do Largo da Lapinha até a Praça Municipal e, durante todo o
trajeto, as fanfarras escolares apresentaram um repertório formado por música
popular brasileira, clássica e internacional, encantando o público com a
performance musical, extraída dos instrumentos de sopro e percussão, e as
coreografias sincronizadas. As fanfarras também abrilhantaram o desfile nas
cidades de Barra, Itabuna, Gandu, Valença, Brejões, Itaquara, Uauá, Santa Rita
de Cássia, Rui Barbosa, Pintadas, Vitória da Conquista, Paulo Afonso e Porto
Seguro.
O secretário da Educação do Estado, Walter Pinheiro, que prestigiou o desfile,
destacou a importância da participação dos estudantes nesta data histórica do
Brasil. Mais do que uma mera participação no 2 de Julho, ele disse ser o
desfile a expressão da cultura que se estabeleceu nas escolas da rede estadual.
“Este ano, inauguramos, a pedido do governador Rui Costa, o projeto Escolas
Culturais. Então, além das fanfarras, temos práticas de teatro, dança, literatura,
audiovisual, ou seja, uma produção artística que tem brotado cada vez mais na
rede, além da produção científica. As fanfarras vêm no 2 de Julho em uma
sintonia para tocar aquilo que a cultura teve muito inserida. O aspecto
cultural foi decisivo no campo de batalha, porque foi exatamente através dessa
cultura que se construiu a vinda para o 2 de Julho e todo o esforço feito no
dia 25 de julho, em Cachoeira. As fanfarras vêm para o desfile no sentido de
expressar toda essa luta cultural”, declarou.
Protagonismo estudantil
Alegria, emoção e irreverência não faltaram aos
estudantes, que apresentaram o importante fato da História do Brasil de forma
didática e divertida. Depois de meses de ensaio e dedicação, o ritmo e a
sincronia das bandas de fanfarras coloriram as ruas da cidade e seus
integrantes receberem a atenção e os aplausos do público que comparece para
assistir e participar ao evento cívico. Joel dos Santos, 17, 7ª e 8ª séries, do
Colégio Estadual Getúlio Vargas, que toca pratos na Banda Presidente Getúlio
Vargas, falou sobre a importância de participar do desfile: “A Independência da
Bahia é uma data histórica para o Brasil e participar da fanfarra é uma forma
de integração com os colegas”. O colega Jorge Vitor Melo, 15, que toca caixa,
também declarou o seu orgulho de ser integrante da banda de sua escola: “É um
prazer estar aqui, no 2 de Julho, participando do desfile como músico de uma
fanfarra formada por pessoas de tão bom caráter”.
A estudante Maria Clara, 12, 6ª série, do Colégio Estadual Noêmia Rego, que
está estreando no desfile, falou da sua emoção. “Nunca participei e estou
gostando muito, porque a gente caminha pelas ruas e vai aprendendo ainda mais
sobre a nossa história”, disse a mestre de alas no desfile. Willian Reis Silva,
16, 2º ano, do Colégio Estadual Manoel Barradas, também se mostrava empolgado.
“É muito bacana participar deste desfile e é importante porque ajuda a tirar os
jovens do mau caminho e nos aproxima mais das nossas família. Foi na fanfarra
da minha escola que aprendi a tocar trompete”.
Pelo interior
Em Porto Seguro (a 592 km de Salvador), os
estudantes do Complexo Integrado de Educação de Porto Seguro (CIEPS) desfilaram
da unidade escolar até o centro da cidade, chamando a atenção dos moradores
locais e dos turistas. A coordenadora pedagógica da unidade, Alessandra Tito,
ressaltou que as comemorações do Dois de Julho deste ano têm um significado
especial, pois marcaram o primeiro evento público desde a transformação do
Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral em CIEPS.
O estudante Alexandre Augusto Almeida, 16, do 2º
ano, falou da emoção que foi participar do desfile como integrante da fanfarra
do CIEPS, que foi recém-implantada. “Este foi meu primeiro desfile, gostei
muito, foi emocionante. Desfilei na ala dos Heróis Esquecidos, que integrou à
ala sobre Maria Quitéria, através da qual homenageamos os soldados que
participaram das guerras e não têm seus nomes lembrados”, disse. Quem também
fez a sua estreia no desfile cívico junto à fanfarra do complexo, foi Yasmin
Conceição, 16, 2º ano, que toca pratos. “Foi a primeira vez que eu desfilei com
a fanfarra pelas ruas de Porto Seguro e me senti muito realizada ao ver as
pessoas aplaudindo. É muito bom poder mostrar o nosso talento para as pessoas e
ter esse reconhecimento”, disse, entusiasmada.
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