A
Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (27) a Operação Lanzarote para combater
fraudes relacionadas com o Projeto Glaucoma em diversos municípios da
microrregião de Guanambi, no sudoeste da Bahia. As investigações constataram
que a clínica responsável pelo projeto fazia grandes mutirões de atendimento em
locais improvisados e recebia repasses do Ministério da Saúde em quantidade
acima de sua capacidade física instalada.
“Verificou-se
ainda que o sócio-administrador da clínica também exigia de seus subordinados
(médicos, enfermeiras e técnicos) que multiplicassem a quantidade de pacientes
atendidos no Projeto e que fossem ministrados aos pacientes os colírios da
linha 3, em lugar dos colírios das linhas 1 e 2, que são mais baratos”, diz a
nota da PF.
Segundo
informações do Ministério da Saúde, de 2013 a maio de 2017, a clínica
investigada recebeu mais de R$ 9 milhões referentes a atendimentos em 31
municípios baianos, a maior parte deles localizados na microrregião de
Guanambi.
Estão
sendo cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão
preventiva, nas cidades de Guanambi e Brumado, na Bahia, e em Aracaju e
Itabaiana, em Sergipe.
O
Projeto Glaucoma é um programa do governo federal que objetiva o tratamento de
pacientes com glaucoma, com o atendimento clínico e o fornecimento contínuo de
medicação (colírios). O projeto é financiado pelo Fundo de Ações Estratégicas e
Compensação (Faec), do Ministério da Saúde.
Segundo
a PF, o nome da operação, Lanzarote, é uma referência à ilha do arquipélago das
Canárias, na Espanha, onde morou o escritor português José Saramago, autor do
premiado livro Ensaio
sobre a Cegueira. (bahia.ba)
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