A única rede de supermercados estatal no Brasil, a Cesta
do Povo, criada em 1979, pelo então Governador da Bahia, Antonio Carlos
Magalhães, em sua segunda gestão, vai acabar. A rede, de 276 lojas na capital e
no interior do Estado, e um contingente de 2.800 funcionários, irá ser colocada
em leilão. Em pouco mais de 36 anos, a Cesta do povo obteve um prejuízo de R$
750 milhões.
O decreto nº 16.339 de 02 de outubro deste ano, assinado
pelo governador Rui Costa autoriza o estado a se desfazer de todas as suas ações
na Empresa Bahiana de Alimentos (Ebal), que controla a Cesta do Povo, e iniciar
os trâmites para o leilão público. O Governo do Estado, através da própria
Ebal, garante que o leilão público terá uma cláusula que garante a absorção de
um percentual mínimo de funcionários pelos novos empreendedores, mas ainda não
definiu quais serão os critérios que vão ser colocados.
A principal causa dessa decisão é o grande prejuízo que
a empresa vem apresentando nos últimos anos, culminando com um prejuízo de mais
de 381 milhões nos oito anos do governo Wagner – R$ 750 milhões desde a sua
criação – que corresponde à soma dos repasses feitos pelo estado entre os anos
de 2007 e 2014 apenas para manter a empresa funcionando. O decreto do
governador diz que será preciso criar uma Comissão Especial que vai autorizar a
alienação total da participação acionária do Estado da Bahia no capital social
da empresa, dentro de um prazo máximo de 180 dias.
Nos próximos 15 dias, de acordo com o presidente da
Ebal, Eduardo Sampaio, deverá ser realizada a primeira audiência pública que
vai definir quais vão ser os critérios que vão ser colocados para a
participação das empresas interessadas no leilão e como ficará a situação dos
2.800 funcionários. O leilão da Cesta do Povo só deverá acontecer entre
fevereiro e março de 2016, porque pelo decreto do Governo do Estado, há um
prazo de 180 dias para que todos os procedimentos legais sejam cumpridos.
Varela
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