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terça-feira, 11 de dezembro de 2018

PROFESSOR VALTER SILVA: O Véu de Maia


Em seu livro A República o filósofo grego Platão elabora uma teoria sobre uma sociedade que ele considera ideal; destinando cada cidadão para cada função e ainda pensando a ordem e a organização bem como a forma de viver de cada um. As profissões e sua importância na cidade, tudo era pensado pela formação educacional que, por seu turno, deveria domesticar a alma e desenvolver as virtudes dos homens. Essa quase perfeita idealização da sociedade, entretanto, nunca foi concretizada devido ao egoísmo que faz com que a humanidade sempre veja as coisas não como elas realmente são, ou como deveriam ser, mas, sob a ótica da ilusão e das aparências.
Nos dias de hoje é cada vez mais difícil a retirada do véu da ilusão, que na filosofia indiana significa esconder a realidade das coisas em sua essência e é chamado de o Véu de Maia. Vemos, cotidianamente, muitas pessoas que se julgam felizes porque fazem compras, ou porque apenas frequentam o shopping center. Há, assim, uma sociedade cinicamente dividida, na qual uma ascendente minoria, que acha que o mundo é só beleza e fotos, despreza e nega aqueles que gritam contra a miséria, sobretudo educacional e, paralelamente, procura convencer os oprimidos e alienados de que o mundo é um conto de fadas belo e cheio de gente solidária e servidora.
Nesse nebuloso cenário, percebemos que a atual formação educativa oferecida por nossas escolas, aquela que deveria civilizar os homens desenvolvendo suas virtudes, está pior do que nunca; e isso ocorre, principalmente, porque o sonho de se tornar "o dito cidadão respeitado", afetou a comunidade educativa pelo desejo de se transformar em uma casta que sequer ouve aqueles que trabalham e muito menos se importa com o que eles dizem. Vejamos, por exemplo, a participação cada vez mais pífia dos servidores, em especial dos docentes, na luta por seus direitos trabalhistas. Tal comportamento desagregador faz com que muitos professores e professoras, em uma atitude absolutamente calculada, procurem se tornar "sinhozinhos ou  sinhazinhas" que, igualmente aos maus gestores públicos e em nome dele, desconhecem ou até menosprezam alunos e mesmo certos colegas porque os enxergam como seres humanos, porém, desiguais.
É neste perverso contexto que a indisciplina e o desrespeito dos alunos são ignorados por um expressivo número de docentes, porque estas atitudes representam justamente a ostentação daqueles que são vistos só como excluídos: "sem base familiar", "miseráveis" e "drogados". Ao utilizar este batido discurso, a viciosa escola, na verdade, se omite de sua verdadeira missão que é formar seres livres e iguais, maquiando-se de espaço acolhedor e de natureza servidora e cabendo, enfim, à polícia ou à justiça qualquer tipo de penalidade punitiva ao futuro cidadão aprendiz.
É, portanto, falsa a definição da escola como instituição consolidadora da democracia, pois, na realidade, no âmbito escolar, a "prática democrática" só é exercida entre os que são considerados como mais iguais, ou seja, entre aqueles que são detentores de voz na sociedade, cuja maior meritocracia é obtida no abominável levantamento da bandeira do partido do interesse próprio. Mesmo certos colegas professores, que não desfrutam de nenhuma influência através das podres benesses políticas, são vistos como "inúteis", ou, tão somente, como iguais. E essa padronização, que existe não por uma questão de raça, de cor ou de religião, é adotada por pessoas que se julgam mais iguais entre si", "as pessoas do bem"; que, por isso, criam leis, colocam cercas, definem espaços e segregam, enfim, as pessoas, acreditando que são donas do mundo, ou, no caso específico, da escola.
Todos aqueles que cultuam o EU, infelizmente, não conseguem enxergar um NÓS, porque tal realização só é possível junto a outros homens. Para ser, então, aquilo que veio destinado a ser, o ser humano depende do outro; isso, todavia, não como" mais igual" e sim, como igual, inclusive coletivamente!
Mas...Hac urget lupus, hac canis..
*Por Valter Silva.*

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