A
Polícia Federal, a Controladoria Geral da União (CGU) e o Ministério Público
Federal (MPF) realizam nesta quinta-feira (23) a operação “Lateronis” para
combater crimes de desvio de recursos públicos destinados à área da educação no
centro-sul baiano. Um grupo formado por políticos e empresários locais, além de
servidores, fraudava licitações, principalmente em contratos na área de
educação.
Os
mandados estão sendo cumpridos nas cidades baianas de Barra do Choça, Cândido
Sales, Condeúba, Encruzilhada, Ribeirão do Largo, Gandu, Itambé, Jequié,
Piripá, Vitória da Conquista, Tanhaçu, Ipirá, Salvador, Barreiras, Luís Eduardo
Magalhães e Formosa do Rio Preto. Em Minas Gerais, a operação ocorre na cidade
de Mata Verde. São cumpridos nove mandados de prisão preventiva, quatro de
prisão temporária, 13 mandados de medidas cautelares e 41 de busca e apreensão
na Bahia e em Minas Gerais. A operação conta com a participação de 160
policiais federais e 16 auditores da CGU.
De
acordo com as investigações, iniciadas em 2013, três falsas cooperativas que
pertenciam a um mesmo grupo, vencedoras de licitações recorrentes, desviavam
recursos públicos obtidos através de contratos celebrados com diversos
municípios, na área de transporte, sobretudo escolar. Com os dados obtidos foi
possível verificar que essas cooperativas serviam apenas de “fachada”, não
havendo concorrência entre elas uma vez que as vencedoras eram definidas
previamente. De acordo com a PF, os contratos fraudados somam R$ 140 milhões,
dos quais R$ 45 milhões teriam sido desviados.
Parte
dos valores recebidos pelas cooperativas era repassada a servidores públicos,
no intuito de corromper agentes políticos e interferir em decisões dos poderes
Executivo e Legislativo municipais, além de financiar ilicitamente campanhas
eleitorais como forma de se manterem dominantes no poder. O grupo chegava a
decidir os candidatos que concorreriam aos cargos eletivos nos municípios de
sua atuação, a formação das coligações locais, o secretariado a ser nomeado
pelos prefeitos e até mesmo se as câmaras municipais deveriam ou não aprovar as
contas do município. Uma espécie de atuação paralela que influenciava decisões
públicas a favor de interesses ligados ao esquema criminoso.
Os
envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa, lavagem
de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação.(Notícias
de Santaluz)
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