As
igrejas, os quilombos, as parteiras e as folhas secas do sertão são alguns dos
patrimônios revelados pelos estudantes da rede estadual, por meio do projeto
Educação Patrimonial e Artística (EPA), que compõe o 5º Encontro Estudantil da
Rede Estadual, realizado pela Secretaria da Educação do Estado, até está
quinta-feira (23), com entrada gratuita, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Os
estudantes criaram álbuns e caixas contendo textos e fotografias que valorizam,
resgatam e contam as histórias sobre os patrimônios culturais dos lugares onde
vivem. As embalagens das obras são confeccionadas manualmente com materiais que
identificam e remetem a esses lugares abordados de forma criativa e simbólica
Ludivan
dos Santos Oliveira, 17, do 3º ano do Colégio Estadual Ernesto Carneiro
Ribeiro, localizado no município de Saúde (centro norte), está apresentando o
álbum 1Mãos que geram vidas. “No álbum, procuramos defender e valorizar o
patrimônio representado pelas parteiras da nossa comunidade do Povoado
Genipapo, que possuem a arte de trazer a vida ao mudo através de suas mãos.
Atualmente, as parteiras não realizam mais os partos por terem idade avançada
ou pelo fato das pessoas acharem algo ultrapassado”.
Com
o álbum ‘Marcas de sangue negro no território mansidoense’ confeccionado em
grupo, os estudantes Isadora Alves, 18, 2º ano, e Ramsés das Neves, 17, 3º ano,
do Colégio Estadual Professora Maria Helena Oliveira, localizado em Mansidão
(extremo oeste), fazem um resgate cultural da região onde vivem.
“Moramos
no povoado de Tamboril, que foi um quilombo há vários anos atrás, e onde, na
maioria das pessoas corre o sangue nas veias do povo negro, que ajudou a
construir vários patrimônios, a exemplo de igrejas. Na caixa do álbum, fizemos
um mosaico com azulejos. A capa do álbum foi feita com colagens de raspas de
madeira e nas páginas foram aplicados pedaços de esteiras de palha”, dizem os alunos.
O
projeto Educação Patrimonial e Artística (EPA) promove o desenvolvimento de
ações essenciais para o exercício do direito à cultura, para a defesa dos
históricos e artísticos, com vistas à formação de uma nova mentalidade cultural
e ao estímulo das práticas culturais de identificação, reconhecimento e
preservação do patrimônio cultural baiano.
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