Os
moradores do Agreste vivenciaram, na tarde desta terça-feira, o que pode ter
sido o pior terremoto já registrado na região. De acordo com o Laboratório
Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), até
as 17h, foram registrados 85 tremores na estação de Caruaru. A maioria foi de
intensidade pequena, mas um dos abalos teve magnitude preliminar estimada em
3.8, às 15h35. Os especialistas informaram ainda que é impossível saber como a
atividade vai evoluir. Ela pode tanto diminuir ou aumentar nos próximos dias.
O coordenador do LabSis, Anderson Nascimento, esclareceu que as atividades
desta terça-feira começaram a ser observadas pela manhã. Por volta das 16h30,
os equipamentos do laboratório em São Caetano, Agreste do estado, registraram
tremor de 3,8 graus na Escala Richiter. "Para quem estava próximo ao
epicentro, é possível que objetos tenham arrastado pelo chão. É normal também
que tremores desse grau sejam sentidos na Região Metropolitana do Recife",
disse. Por causa do episódio, técnicos da UFRN visitarão São Caetano nesta
quarta-feira.
O tremor de 3.8 foi o segundo mais forte na região. Só perde para 2007 quando
houve um abalo de 4.0 graus na escala. O geólogo Gorki Mariano, professor do
Departamento de Geologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), explicou
que fenômenos como esse acontecem por causa do Lineamento Pernambuco, uma falha
geológica que corta o estado paralelamente à BR-232. "Em Caruaru, que fica
próximo a essa estrutura geológica, vários registros como esse foram
registrados historicamente", afirmou.
Segundo relatos nas redes sociais, o abalo sísmico mais forte durou
aproximadamente três segundos. O epicentro foi na cidade de São Caetano, mas
através do Twitter e do Facebook internautas informaram sobre tremores
registrados também em São Lourenço da Mata, Bonito, Brejo da Madre de Deus,
Camaragibe, Paulista, Limoeiro, Carpina, Salgadinho e até mesmo no Recife.
O administrador Eduardo Gomes, de 26 anos, estava em reunião no Centro de
Caruaru durante o tremor e relata o pânico que tomou conta da cidade.
"Várias pessoas foram para a rua também com medo. É recorrente ter
tremores por aqui, mas nunca teve algo tão forte", desabafou.
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