A
casa lotérica Boa Sorte, localizada na cidade de Euclides da Cunha, a 315 km de
Salvador, teve o movimento de clientes triplicado, nos últimos dias, depois que
dois jogos feitos no local foram vencedores na Mega da Virada.
O
estabelecimento é um dos dois pontos de jogos do munícipio, que tem 60 mil
habitantes. Na Lotérica da Praça, que fica a alguns metros do local, um jogo
saiu ganhador no mesmo sorteio.
Dos
três vencedores de Euclides da Cunha, apenas um ainda não sacou o prêmio, que
passa dos R$ 5 milhões. Além da cidade, outros cinco municípios baianos tiveram
vencedores. São eles: Salvador (1), Feira de Santana (1), Mata de São João (1)
e Valença (1).
De
acordo com o dono da Lotérica Boa Sorte, João Lima Neto, de 37 anos, após a
divulgação dos vencedores de Euclides da Cunha, até moradores de outras cidades
passaram a fazer apostas no estabelecimento, na esperança de também ficarem
milionários.
“O
movimento praticamente triplicou depois do prêmio. Como as pessoas já têm a
certeza de que o prêmio realmente sai, de que não é uma máfia, como algumas
pessoas começam a propagar, a quantidade de pessoas aumenta muito. Inclusive,
de outras cidades. Cidades próximas e outras nem tanto, como Salvador, que
possuem lotéricas”, afirmou.
João
Lima Neto conta que alguns desses jogos são feitos pelo Whatsapp. Segundo o
empresário, amigos entram em contato com ele, enviam os números e o dinheiro e
pedem para que ele faça o jogo. Contudo, após o sorteio da Mega da Virada,
realizado no dia 31 de dezembro, ainda não houve ganhador no estabelecimento.
O
empresário diz que o prêmio da Mega da Virada foi o maior já sorteado para o
município. Antes disso, outros dois jogos tinham sido vencedores na lotérica
Boa Sorte, em momentos distintos dos 40 anos do estabelecimento, mas não
chegaram na casa dos milhões. A premiação recente aumentou a fama de “pé
quente”.
João
disse que ficou surpreso e muito feliz quando ficou sabendo que o prêmio da
Mega da Virada tinha saído para dois dos seus clientes.
“Meu
superintendente me mandou uma mensagem, me parabenizando, falando que a loteria
realmente era uma loteria de sorte, que era pé quente. O engraçado é que eu
tinha jogado, tinha feito um bolão, mas eu fiquei tão feliz, tão eufórico, de
ter tido a premiação, que eu nem me preocupei em saber se eu tinha sido um dos
vencedores. Então, foi uma sensação maravilhosa, ter trazido um prêmio para a
cidade, que é carente. Pra mim é um motivo de muita alegria. Eu não ganhei o
prêmio, mas fico feliz de ter sido o veículo para que outras pessoas ganhassem,
e que transformasse a vida dessas pessoas”, contou.
Confusão
Um
boato surgido logo após o sorteio da Mega da Virada, por conta de um bolão
feito na cidade, que teria sido premiado, virou caso de polícia. Responsável
pela aposta, o dono de uma academia de ginástica do município, Alan Cleberson,
denunciou às autoridades ter sido vítima de ameaças, na última semana.
Também
conhecido como Eron Fitness, de 39 anos, o empresário conta que a confusão
começou depois que algumas das 88 pessoas com quem dividiu o jogo acreditaram
que ele teria agido de má fé e ficado com o prêmio só para ele.
Na
verdade, conforme Alan, o bolão acertou na quadra da Mega da Virada, que teve
outros 303.857 ganhadores em todo o país. Cada um ficou com R$ 240,72, cada. O
empresário disse que os participantes do bolão promovido por ele frequentam a
academia da qual ele é dono.
“Todos
que participaram do bolão têm as fotos dos comprovantes. Muitos conferiram e
viram que nós acertamos a quadra e não a sena. Só que o pessoal fica nesse
impasse dizendo: ‘Eron ganhou’. E eu não ganhei. Tenho minha consciência
tranquila. Eu tenho como provar que nós não ganhamos. Espero que essas pessoas
acreditem. Estou aqui para tirar qualquer dúvida”, disse o empresário.
Alan
conta que estava fora da cidade quando o sorteio foi feito, no dia 31 de
dezembro, e que ficou surpreso quando começou a receber ligações de pessoas
perguntando pelo dinheiro.
As
apostas foram feitas no dia 20 de dezembro, na Lotérica Boa Sorte. Segundo o
empresário, todos os envolvidos no bolão receberam, no dia 22, fotos dos jogos.
Mesmo assim, houve desconfiança.
Alan
afirma que recebeu uma ligação no dia 3 de janeiro que o deixou intimidado. Com
isso, o empresário procurou a Polícia Civil da cidade para fazer um boletim de
ocorrência. O registro foi feito no dia 4 de janeiro.
“Eu
registrei o BO [Boletim de Ocorrência], porque, como tem muita especulação em
cima de uma pessoa, é o melhor a se fazer. Também postei o boletim no meu
Facebook para mostrar para as pessoas”, falou Alan, que não deu detalhes sobre
o que foi dito na ligação.
Alan
já retirou o prêmio, que, dividido pelas 88 pessoas que participaram do bolão,
rendeu R$ 2,72 a cada um. O empresário disse que segue trabalhando normalmente
e atendendo aos integrantes do bolão na academia.
Fonte:
G1/BA
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