Há
11 anos, o pedreiro Edson Carvalho mora em um túmulo abandonado do cemitério de
Marialva, no norte do Paraná. O espaço é pequeno: menos de 3m³. O pedreiro
faz das roupas um colchão, tem um cobertor e um varal improvisado dentro do
mausoléu.
“Melhor do que morar no meio da rua, em
qualquer lugar da cidade. Não é a minha casa, mas eu queria ter um lar bem
legal”, disse. Edson garante que não tem medo de viver ali,
nem durante a noite. “Cisma
dá. Mas só que depois que está dormindo, esquece. De manhã levanta, dá uma
olhada pra tudo aí e está do mesmo jeito“, conta.
Quem
visita o cemitério com frequência já se acostumou com a presença do pedreiro,
que começou fazendo revestimento de túmulos e, sem ter onde morar, acabou
ficando por lá.
A
costureira Antônia Zeferina concorda com a solução encontrada por Edson. “Ninguém deu lugar pra ele morar, então
ele mora aqui dentro, né? Pra ele, é a solução que ele achou”,
comentou. O também pedreiro Everaldo Caetano, já sabe onde encontrar o
colega. Os dois prestam serviços juntos. “Quem
precisar de um pedreiro bom, tá aqui. Azulejista profissional”,
garante.
Segundo
a Prefeitura de Marialva, responsável pelo cemitério, assistentes sociais estão
providenciando os documentos pessoais do pedreiro para inscrevê-lo no programa
de habitação do município e ajudá-lo com tratamento de saúde. Em relação
ao túmulo abandonado, a informação é que a família já foi notificada, mas não
houve retorno.
*Por
RPC Maringá
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